By: Pipoca Moderna
O ator John Herbert morreu na tarde desta quarta-feira (26/1) aos 81 anos, de um enfisema pulmonar, após 21 dias internado no Hospital do Coração, em São Paulo.
Veterano do cinema e da televisão, Herbert também ajudou a fundar o famoso Teatro de Arena, em São Paulo. A primeira peça de Regina Duarte (“Black Out”, de 1967) foi produzida por ele.Com Eva Wilma na série Alô Doçura, da TV Tupi
Para o crítico de cinema Rubens Ewald Filho, ele era o “Cary Grant brasileiro”. Co-autor da novela “Éramos Seis” (1977), em que Herbert trabalhou na antiga TV Tupi, Rubens Ewald Filho considera que John Herbert foi “um dos atores mais subestimados do Brasil”.
“Na época que ele começou no cinema, os galãs brasileiros tinham cara de mexicanos, com bigodinhos, super morenos. O Johnny era diferente de todos eles. Eu lembro de ter falado para ele que o mais difícil era ser galã. O galã tem que ser bonito, carregar o filme nas costas e ainda ser considerado um canastrão. Mas ele era um verdadeiro galã.”
O par romântico mais famoso dos anos 50, John Herbert e Eva Wilma, em propaganda da Romi-Isetta
Descendente de alemães, John Herbert Buckup nasceu em 17 de maio de 1929, em São Paulo. Estudou Direito, mas a paixão pela interpretação o levou para outro caminho.
No cinema, participou da era de ouro do estúdio Vera Cruz, atuando em clássicos como “Uma Pulga na Balança” (1953) e “Floradas na Serra” (1954). Teve sua fase de cinema engajado, com “O Caso dos Irmãos Naves” (1966), de Luís Sérgio Person. Mas acabou encontrando seu nicho ao integrar a revolução sexual que levou às salas escuras dos anos 60 filmes como “Toda Donzela Tem um Pai que É uma Fera” (1966), “As Cariocas” (1966) e “Bebel, Garota Propaganda” (1968).
Em cena de Toda Donzela Tem um Pai que É uma Fera
Com rosto sério e voz imponente, John Herbert tinha aparência de ator dramático, mas a maioria de seus filmes foram comédias, muitas das quais com forte apelo sexual. Chegou até a ser considerado símbolo sexual nos anos 70, ao embarcar nas comédias eróticas do período, também conhecidas como pornochanchadas.
Entre as muitas pornochanchadas que estrelou, incluem-se produções de títulos pitorescos, como “A Super Fêmea” (1973), “Nem Santa, Nem Donzela” (1973), “O Sexo Mora ao Lado” (1975), “Cada Um Dá o Que Tem” (1975) e “Já Não Se Faz Amor como Antigamente” (1976). Os dois últimos eram antologias, que reuniam vários episódios, alguns dos quais foram dirigidos pelo próprio Herbert.
Em cena de As Cariocas
Seu primeiro longa como diretor foi “Ariella” (1980), filme que marcou época no erotismo brasileiro. Baseado no livro “A Paranóica”, de Cassandra Rios, reuniu Nicole Puzzi e Christiane Torloni em cenas tórridas de amor lésbico.
Herbert assinou mais dois filmes eróticos sem a mesma repercussão: “Tessa, a Gata” (1982), estrelado por diversas chacretes, e dividiu a antologia “Os Bons Tempos Voltaram: Vamos Gozar Outra Vez” (1985) com o cineasta Ivan Cardoso. Seu episódio nesse filme tem uma cena famosa, que envolve um termômetro e Carla Camurati.
Um close do filme Os Bons Tempos Voltaram: Vamos Gozar Outra Vez
Quando o videocassete matou a pornochanchada, Herbert recorreu às telenovelas para continuar sua carreira, atuando em pouquíssimos filmes a partir do final dos anos 80, entre eles “As Sete Vampiras” (1986), de Ivan Cardoso, “Forever” (1991), de Walter Hugo Khouri e “A Hora Mágica” (1998), de Guilherme de Almeida Prado.Mais longa que sua filmografia, sua carreira na televisão cobre mais de 60 novelas e participações em séries.
Ao lado de Carlos Alberto Riccelli e Bruna Lombardi na novela Aritana, da TV Tupi
Trabalhou na extinta TV Tupi, antes de se tornar um galã da TV Globo. Foi em 1952, na Tupi, que lançou sua carreira nas telas, participando do programa “Teleteatro”. Na época, não havia videotape e as interpretações dos mais diversos textos teatrais eram exibidas ao vivo para os telespectadores.
Seu primeiro sucesso televisivo foi a série “Alô Doçura”, de Cassiano Gabus Mendes, exibida de 1953 a 1964 pela TV Tupi. Na série, ele contracenava com Eva Wilma, com quem foi casado de 1955 a 1976. Os dois formavam naquela época um dos pares românticos mais famosos da TV brasileira.Com Suely Franco na novela Sete Pecados, da TV Globo
Herbert fez também novelas clássicas como “A Volta de Beto Rockfeller” (1973), “O Profeta” (1977), “Éramos Seis” (1977) e “Aritana” (1979), antes de se mudar para o Rio em 1980 e passar a trabalhar na Globo.
Na emissora carioca, atuou em diversas novelas, como “Plumas e Paetês” (1980), “Vereda Tropical” (1984), “Ti Ti Ti” (1985), “Que Rei Sou Eu?” (1988), “O Dono do Mundo” (1991), “A Viagem” (1994), “Uga Uga” (2000), “Esperança” (2002), “Cabocla” (2004), “Sinhá Moça” (2006), “O Profeta” (2007) e “Sete Pecados” (2007), além de participar de programas como “Malhação” e “Zorra Total”. Seu último trabalho foi a novela “Três Irmãs” (2008), do amigo Antonio Calmon.Em cena da novela Sinhá Moça, da TV Globo
Para o crítico de cinema Rubens Ewald Filho, ele era o “Cary Grant brasileiro”. Co-autor da novela “Éramos Seis” (1977), em que Herbert trabalhou na antiga TV Tupi, Rubens Ewald Filho considera que John Herbert foi “um dos atores mais subestimados do Brasil”.
“Na época que ele começou no cinema, os galãs brasileiros tinham cara de mexicanos, com bigodinhos, super morenos. O Johnny era diferente de todos eles. Eu lembro de ter falado para ele que o mais difícil era ser galã. O galã tem que ser bonito, carregar o filme nas costas e ainda ser considerado um canastrão. Mas ele era um verdadeiro galã.”
O par romântico mais famoso dos anos 50, John Herbert e Eva Wilma, em propaganda da Romi-Isetta
Descendente de alemães, John Herbert Buckup nasceu em 17 de maio de 1929, em São Paulo. Estudou Direito, mas a paixão pela interpretação o levou para outro caminho.
No cinema, participou da era de ouro do estúdio Vera Cruz, atuando em clássicos como “Uma Pulga na Balança” (1953) e “Floradas na Serra” (1954). Teve sua fase de cinema engajado, com “O Caso dos Irmãos Naves” (1966), de Luís Sérgio Person. Mas acabou encontrando seu nicho ao integrar a revolução sexual que levou às salas escuras dos anos 60 filmes como “Toda Donzela Tem um Pai que É uma Fera” (1966), “As Cariocas” (1966) e “Bebel, Garota Propaganda” (1968).
Em cena de Toda Donzela Tem um Pai que É uma Fera
Com rosto sério e voz imponente, John Herbert tinha aparência de ator dramático, mas a maioria de seus filmes foram comédias, muitas das quais com forte apelo sexual. Chegou até a ser considerado símbolo sexual nos anos 70, ao embarcar nas comédias eróticas do período, também conhecidas como pornochanchadas.
Entre as muitas pornochanchadas que estrelou, incluem-se produções de títulos pitorescos, como “A Super Fêmea” (1973), “Nem Santa, Nem Donzela” (1973), “O Sexo Mora ao Lado” (1975), “Cada Um Dá o Que Tem” (1975) e “Já Não Se Faz Amor como Antigamente” (1976). Os dois últimos eram antologias, que reuniam vários episódios, alguns dos quais foram dirigidos pelo próprio Herbert.
Em cena de As Cariocas
Seu primeiro longa como diretor foi “Ariella” (1980), filme que marcou época no erotismo brasileiro. Baseado no livro “A Paranóica”, de Cassandra Rios, reuniu Nicole Puzzi e Christiane Torloni em cenas tórridas de amor lésbico.
Herbert assinou mais dois filmes eróticos sem a mesma repercussão: “Tessa, a Gata” (1982), estrelado por diversas chacretes, e dividiu a antologia “Os Bons Tempos Voltaram: Vamos Gozar Outra Vez” (1985) com o cineasta Ivan Cardoso. Seu episódio nesse filme tem uma cena famosa, que envolve um termômetro e Carla Camurati.
Um close do filme Os Bons Tempos Voltaram: Vamos Gozar Outra Vez
Quando o videocassete matou a pornochanchada, Herbert recorreu às telenovelas para continuar sua carreira, atuando em pouquíssimos filmes a partir do final dos anos 80, entre eles “As Sete Vampiras” (1986), de Ivan Cardoso, “Forever” (1991), de Walter Hugo Khouri e “A Hora Mágica” (1998), de Guilherme de Almeida Prado.
Ao lado de Carlos Alberto Riccelli e Bruna Lombardi na novela Aritana, da TV Tupi
Trabalhou na extinta TV Tupi, antes de se tornar um galã da TV Globo. Foi em 1952, na Tupi, que lançou sua carreira nas telas, participando do programa “Teleteatro”. Na época, não havia videotape e as interpretações dos mais diversos textos teatrais eram exibidas ao vivo para os telespectadores.
Seu primeiro sucesso televisivo foi a série “Alô Doçura”, de Cassiano Gabus Mendes, exibida de 1953 a 1964 pela TV Tupi. Na série, ele contracenava com Eva Wilma, com quem foi casado de 1955 a 1976. Os dois formavam naquela época um dos pares românticos mais famosos da TV brasileira.Com Suely Franco na novela Sete Pecados, da TV Globo
Herbert fez também novelas clássicas como “A Volta de Beto Rockfeller” (1973), “O Profeta” (1977), “Éramos Seis” (1977) e “Aritana” (1979), antes de se mudar para o Rio em 1980 e passar a trabalhar na Globo.
Na emissora carioca, atuou em diversas novelas, como “Plumas e Paetês” (1980), “Vereda Tropical” (1984), “Ti Ti Ti” (1985), “Que Rei Sou Eu?” (1988), “O Dono do Mundo” (1991), “A Viagem” (1994), “Uga Uga” (2000), “Esperança” (2002), “Cabocla” (2004), “Sinhá Moça” (2006), “O Profeta” (2007) e “Sete Pecados” (2007), além de participar de programas como “Malhação” e “Zorra Total”. Seu último trabalho foi a novela “Três Irmãs” (2008), do amigo Antonio Calmon.
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