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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Para onde foi parar o acervo da TV Tupi

PRF-3-TV Tupi 

A televisão Brazileira entrou no ar em 18 de setembro de 1950, foi a quarta emissora de TV a entrar no ar no mundo (apenas a Inglaterra, EUA, e França tinham TV) a historia da televisão e do empresário e jornalista Assis Chatebrian que comprou para a emissora o que havia de mais moderno no mundo.Há 1 mês para inaugurar a TV lembrou de um detalhe , a Tupi era a primeira emissora a entrar no ar no brazil, ou seja não existia aparelhos de TV no país , portanto a emissora teria audiência zero.
O rei do Brasil
Assis Chateaubriand dono da primeira emissora de TV do pais é natural da pequena Umbuzeiro na Paraíba, começou a vida trabalhando como copeiro em Pernambuco .Chatô chegou a ser dono de 90 empresas entre elas dezenas de jornais, as principais emissoras de TV do pais.
Logo chegou a TV colorida, as emissoras concorrentes, as fitas, o satélite, a própria TV Tupi quebrou nos anos 80 dando lugar ao SBT e Rede Manchete deixando-as no ar numa concorrência com Globo, Band e Record , mais tempo se passou e veio a TV por assinatura.
O Acervo da TV Tupi de São paulo é um e o acervo da TV Tupi do Rio é outro. Eram duas produtoras de programas em uma só rede. Acontece que, quando a Tupi São Paulo faliu ninguém queria herdar nada, nem sua memória, tremendo foi o escandalo na época mostrando a delapidação de um império de comunicação criado por Assis Chateaubriand.

 tv_tupi
As Aves de rapina (leia-se Grupo Silvio Santos, Abril, Visão, JB, Rede Capital) só queriam os canais ou seja, não queriam assumir as dívidas e muito menos assumir perante a opinião pública que eram os herdeiros da Tupi. O que aconteceu após seu fechamento (forçado e até hoje mal explicado) até pelos próprios Diários Associados é que seu acervo (fitas e filmes 16mm) foram parar num galpão em Cotia em São Paulo. Parte deste acervo foi retirado deste local e levado para a TV estatal de São Paulo para se tentar preservar algo. É por isso que existe ainda material da Tupi na Fundação Padre Anchieta. O restante ficou neste galpão até 1986 e por determinação judicial esse material foi destinado a Cinemateca Brasileira e lá está até hoje.
Já o material da Tupi Rio de Janeiro o negócio foi tenebroso. O Cassino da urca onde funcionava a Tupi estava em péssimo estado e não havia condições para preservar o seu material. Aconteceu que em 1989 , como os Diários Associados não davam manutenção no Cassino, a prefeitura do Rio de Janeiro resolveu desapropiar o local. Os Associados recorreram diversas vezes e por fim perderam a questão ainda na gestão do prefeito César Maia.

Ainda nos anos 90 o acervo de fitas e filmes em 16mm foram transferidos em caminhão para o edifício sede dos Diários Associados na Rua do Livramento na região portuária do Rio. Lá ficou em um dos últimos andares, onde ficava o material descartado, que já haviam sido substituídos como rotativas velhas, material de rádio e no meio aquelas pilhas de material. Era o retrato do descaso. Por obra de um funcionário que resolveu aparecer na mídia e dizer que haviam “achado” o velho tesouro ou seja, sua própria memória (ou seria seus restos mortais) foi divulgado na mídia que teria sido “encontrado”.
Novela A volta de Beto Rockfeller, nos anos 1970
O Material foi doado ao Arquivo Nacional em um acordo firmado entre os Associados e a TV Globo em que a primeira, caso deseje, poderá (depois de recuperado) utilizar em seus orgãos de comunicação. A Segunda, por ter a Mesa de Video tape de 3 polegadas, é a única a ter condições de reproduzir as fitas e poder transferi-la para um formato moderno e poderá utilizar essas imagens em sua emissora mãe ou na TV a cabo (leia-se Arquivo N do canal GLOBO NEWS) além do que , a Rede Globo recebe um determinado valor para a utilização e recuperação dos teipes. Já os filmes (na maioria reportagens) estão sendo (aqueles que sobreviveram a síndrome do vinagre) recuperados e catalogados.


O material da Tupi São Paulo foi “recuperado” ainda nos anos 90 e não digitalizado ainda. As NOVELAS estão em sua maioria incompletas sujas e cheias de ruídos e droputs que não permitiriam sua utilização hoje a não ser que se fizesse nova restauração com os equipamentos modernos e digitais de hoje, outra coisa é que, como as fitas eram muito caras na época, a própria emissora apagava aqueles teipes considerados por ela como desnecessários e reutilizava ou seja, apagavam a fita mesmo, portanto esse material era perdido. Não era medida só de contenção de custos. Outras emissoras utilizavam este mesmo recurso e hoje vem a público dizer que se perderam em incêndios mas, essa é outra estória.

A TV teve grandes novelas como as novelas; Ídolo de Pano de 1974/75, com Dênis Carvalho, Tony Ramos e Elaine Cristina), A Viagem de 1975 (com Eva Wilma e Tony Ramos) e O Profeta (a melhor versão com Carlos A. Strazzer , Debora Duarte e Elaine Cristina). Tambem O Direito de nascer (1978 com Eva Wilma, Carlos A. Strazzer e Beth Goulart)


www.televisao tupi
O acervo da TV Tupi

















O neto de Assis Chateaubriand faz neste vídeo uma dénuncia sobre o estado de conservação do estado de conservação do acervo da extinta TV Tupi, as suas obsevações são muito pertinentes. O descaso como o do acervo da Tupi, é semelhante ao ocorrido com outros setores, como o setor ferroviário no Brasil, onde é possivel ver a ação do destruindo composições, edificações etc. Vale a pena conferir o vídeo a seguir, seja no sentido jornalistico, como no contexto da preservação da memoória e cultura do Brasil. Phillipe B. de Mello a tua reivindicação é mais que justa!

Confira também o vídeo falando sobre a tentativa da criação do Museu da TV Tupi do Rio de Janeiro:
Fonte: veja no Link

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